Essa é minha música para este Natal.
Mother, mother
There's too many of you crying
Brother, brother, brother
There's far too many of you dying
You know we've got to find a way
To bring some lovin' here today - Ya
Father, father
We don't need to escalate
You see, war is not the answer
For only love can conquer hate
You know we've got to find a way
To bring some lovin' here today
Picket lines and picket signs
Don't punish me with brutality
Talk to me, so you can see
Oh, what's going on
What's going on
Ya, what's going on
Ah, what's going on
In the mean time
Right on, baby
Right on
Right on
Mother, mother, everybody thinks we're wrong
Oh, but who are they to judge us
Simply because our hair is long
Oh, you know we've got to find a way
To bring some understanding here today
Oh
Picket lines and picket signs
Don't punish me with you brutality
Talk to me
So you can see
What's going on
Ya, what's going on
Tell me what's going on
I'll tell you what's going on - Uh
Right on baby
Right on baby
O que está acontecendo
Mãe, mãe
Há muitas de vocês chorando
Irmão, irmão, irmão
Há muitos de vocês morrendo
Você sabe que nós temos de encontrar um meio
Para trazer um pouco de amor hoje
Pai, pai
Nós não precisamos agravar
Veja, guerra não é a resposta
Pois apenas o amor pode conquistar o ódio
Você sabe que nós temos de encontrar um meio
Para trazer um pouco de amor aqui hoje
Piquetes e cartazes
Não me puna com brutalidade
Fale comigo, então você poderá ver
Oh, o que está acontecendo
O que está acontecendo
Sim, o que está acontecendo
Ah, o que está acontecendo
No meio tempo
Certo, baby
Certo
Certo
Mãe, mãe, todos pensam que nós estamos errados
Oh, mas quem são eles para nos julgar
Simplesmente porque temos cabelo comprido
Oh, você sabe que nós precisamos encontrar um meio
Para trazer um pouco de entendimento agora, hoje
Oh
Piquetes e cartazes
Não me puna com brutalidade
Fale comigo
Então você poderá ver
O que está acontecendo
Sim, o que está acontecendo
Diga me o que está acontecendo
Eu te direi o que esta acontecendo
Certo baby
Certo baby
Tags: Marvin Gaye; What's going on
NO MUNDO DOS BLOGS. Todo mundo está se ligando, se conectando, se blogando. Os sinais de fumaça, os tambores, os pombos-correio, as cartas de papel, os telefonemas. Os blogs. Para começar, para ver como é que fica, vamos falar de tudo...
terça-feira, dezembro 24, 2013
sábado, dezembro 21, 2013
domingo, dezembro 01, 2013
Canta demais!
Vídeo-dica do Luciano Araújo. Palavras dele: "Pensa assim: é louca, drogada, escrota, prostituída, fedida e feia... Se fosse normal não servia de nada."
My God
My God
Jethro Tull
People -- what have you done --
locked Him in His golden cage.
Made Him bend to your religion --
Him resurrected from the grave.
He is the god of nothing --
if that's all that you can see.
You are the god of everything --
He's inside you and me.
So lean upon Him gently
and don't call on Him to save you
from your social graces
and the sins you used to waive.
The bloody Church of England --
in chains of history --
requests your earthly presence at
the vicarage for tea.
And the graven image you-know-who --
with His plastic crucifix --
he's got him fixed --
confuses me as to who and where and why --
as to how he gets his kicks.
Confessing to the endless sin --
the endless whining sounds.
You'll be praying till next Thursday to
all the gods that you can count
Café com pão
Um dos primeiros contatos que eu tive com a poesia foi através desse poema. Ele fazia parte de algum livro adotado lá no Externato Rio Branco. Me lembro que tinha um desenho de um trem de ferro ao lado das letras. O ritmo das palavras, das sílabas me encantou. O "Café com pão, café com pão" era igualzinho ao barulho que eu ouvia quando embarcava na estação da Mogiana rumo a Ribeirão Preto. Uma criança tinha mesmo que ficar louca com estes sons repetidos em forma de palavras...
Trem de ferro
Café com pão
Café com pão
Café com pão
Virge Maria que foi isso maquinista?
Agora sim
Café com pão
Agora sim
Voa, fumaça
Corre, cerca
Ai seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força
(trem de ferro, trem de ferro)
Oô...
Foge, bicho
Foge, povo
Passa ponte
Passa poste
Passa pasto
Passa boi
Passa boiada
Passa galho
Da ingazeira
Debruçada
No riacho
Que vontade
De cantar!
Oô...
(café com pão é muito bom)
Quando me prendero
No canaviá
Cada pé de cana
Era um oficiá
Oô...
Menina bonita
Do vestido verde
Me dá tua boca
Pra matar minha sede
Oô...
Vou mimbora vou mimbora
Não gosto daqui
Nasci no sertão
Sou de Ouricuri
Oô...
Vou depressa
Vou correndo
Vou na toda
Que só levo
Pouca gente
Pouca gente
Pouca gente...
(trem de ferro, trem de ferro)
Manuel Bandeira
Trem de ferro
Café com pão
Café com pão
Café com pão
Virge Maria que foi isso maquinista?
Agora sim
Café com pão
Agora sim
Voa, fumaça
Corre, cerca
Ai seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força
(trem de ferro, trem de ferro)
Oô...
Foge, bicho
Foge, povo
Passa ponte
Passa poste
Passa pasto
Passa boi
Passa boiada
Passa galho
Da ingazeira
Debruçada
No riacho
Que vontade
De cantar!
Oô...
(café com pão é muito bom)
Quando me prendero
No canaviá
Cada pé de cana
Era um oficiá
Oô...
Menina bonita
Do vestido verde
Me dá tua boca
Pra matar minha sede
Oô...
Vou mimbora vou mimbora
Não gosto daqui
Nasci no sertão
Sou de Ouricuri
Oô...
Vou depressa
Vou correndo
Vou na toda
Que só levo
Pouca gente
Pouca gente
Pouca gente...
(trem de ferro, trem de ferro)
Manuel Bandeira
sábado, novembro 23, 2013
sábado, setembro 28, 2013
Saudades dos meus
Tenho comigo um tesouro. Um poema escrito pelo meu pai quando ele estava só e saudoso no Mato Grosso, servindo ao Exército Brasileiro. 944. Nunca me esquecerei desse número. ele sempre o disse pra mim, nas conversas que tínhamos ao lado da máquina de costura.
Só muitos anos depois fui conhecer sua veia poética e apreciar o artista que ele sempre foi, seja nessas letras, seja na música ou nas artes plásticas que a alfaiataria que ele exercia sempre foi. Pura arte.
Esse poema em letras magras e elegantes, como as que meu filho hoje usa de maneira herdada inconsciente, gravadas em papel fino e frágil, mostram a saudade dele pelos seus. Saudade da sua cidade, daqueles que lhe queriam bem.
É um poema de trinta estrofes. Ou mais talvez, caso tenham se perdido outras que não tenho ciência. Não há título. O que coloco ali acima é meu. É um poema de quem herdei o sangue e um pouco do talento. Alguém de alma acima de nós, simples mortais. Quem o conheceu saberá dizer.
(...)
E então eu só ia à igreja
Para Deus eu pedir
Que minha vida seja
Cheia de saúde e bom porvir
E assim, tenho confiança em Deus
Em Nossa Senhora e Santos também
Que um dia encontro os meus
Com saúde junto a quem me quer bem
Meu nome ninguém se engane
Pois todos já sabem bem
Chamo-me Adelmo Degani
Filho de Cordiano e Hermínia também
(...)
Parte do poema de Adelmo Degani escrito como soldado número 944, no Esquadrão de Metralhadora no 10º R.C.D., em Bella Vista, Matto Grosso, provavelmente no início da década de 1930.
E então eu só ia à igreja
Para Deus eu pedir
Que minha vida seja
Cheia de saúde e bom porvir
E assim, tenho confiança em Deus
Em Nossa Senhora e Santos também
Que um dia encontro os meus
Com saúde junto a quem me quer bem
Meu nome ninguém se engane
Pois todos já sabem bem
Chamo-me Adelmo Degani
Filho de Cordiano e Hermínia também
(...)
Parte do poema de Adelmo Degani escrito como soldado número 944, no Esquadrão de Metralhadora no 10º R.C.D., em Bella Vista, Matto Grosso, provavelmente no início da década de 1930.
sábado, agosto 24, 2013
sábado, agosto 03, 2013
terça-feira, julho 16, 2013
sexta-feira, julho 12, 2013
sexta-feira, julho 05, 2013
quinta-feira, julho 04, 2013
The Great Voice in The Sky
Talvez você nunca tenha ouvido essa cantora. Você acha que não. Sua voz se eternizou na belíssima The Great Gig in The Sky, do Pink Floyd.
A história de como ela participou do álbum é bem legal e foi contada por John Harrison no livro "The Dark Side of the Moon - Os Bastidores da Obra-Prima do Pink Floyd".
Num domingo apenas, com 22 anos, ela criou aquela maravilha vocal e nunca mais os caras do Pink Floyd conseguiram alguém pra cantar em seus shows que chegasse aos pés de Clare Torry.
Tags: Pink Floyd; Dark Side of The Moon; The Great Gig in The Sky; Richard Wrigth
segunda-feira, junho 17, 2013
sexta-feira, junho 14, 2013
Foo Fighters with John Paul Jones and Jimmy Page
Essa foi uma dica do Luciano Araújo. Dica fundamental.
Tags: Led Zeppelin; Foo Fighters; John Paul Jones; Jimmy Page.
Tags: Led Zeppelin; Foo Fighters; John Paul Jones; Jimmy Page.
Doze coisas práticas
1. Ver o pôr do Sol;
2. Observar a paisagem, um misto de cerrado com pastos e plantações;
3. Um galo em meio a algumas galinhas é um ser feliz;
4. Montar um bar noturno com segundas intenções próximo a um posto frequentado por motoristas de caminhão pode ser rentável;
5. Não se pode contar com aquilo que não foi concretizado;
6. Tudo que pode vir a ser são apenas possibilidades;
7. De repente, uma boa possibilidade pode surgir sem que se espere mais por ela;
8. Mas logo depois, ela pode se perder; uma coisa boa anulada por um revés;
9. Mas se é assim, o inverso então é possível. De repente, sem se esperar, uma coisa boa pode surgir e anular um revés;
10. Às vezes, após um revés, aparecem pequenos detalhes para suavizá-lo;
11. Um ato simples e prosaico, que normalmente não damos importância, pode influenciar na obtenção, ou no impedimento, de um desejo;
12. Tenho que colocar água no carro mais vezes.
2. Observar a paisagem, um misto de cerrado com pastos e plantações;
3. Um galo em meio a algumas galinhas é um ser feliz;
4. Montar um bar noturno com segundas intenções próximo a um posto frequentado por motoristas de caminhão pode ser rentável;
5. Não se pode contar com aquilo que não foi concretizado;
6. Tudo que pode vir a ser são apenas possibilidades;
7. De repente, uma boa possibilidade pode surgir sem que se espere mais por ela;
8. Mas logo depois, ela pode se perder; uma coisa boa anulada por um revés;
9. Mas se é assim, o inverso então é possível. De repente, sem se esperar, uma coisa boa pode surgir e anular um revés;
10. Às vezes, após um revés, aparecem pequenos detalhes para suavizá-lo;
11. Um ato simples e prosaico, que normalmente não damos importância, pode influenciar na obtenção, ou no impedimento, de um desejo;
12. Tenho que colocar água no carro mais vezes.
terça-feira, junho 11, 2013
segunda-feira, maio 20, 2013
Daft Punk - Lose Yourself To Dance
Os sábados à noite eram imperdíveis e íamos às discotèques, lá pelos fins dos anos 70. A música era sempre boa e aqueles negões dos EUA sabiam mesmo fazer música. Stevie Wonder, Marvin Gaye, Al Green, The Floatters, Michael Jackson.
Hoje em dia tem aqueles que teimam em se dizer músicos, mas apenas dão valor a grana, correntes de ouro no pescoço, carrões e ainda tratam as mulheres como suas propriedades. Mas no vídeo aí, o que você vai ver é o pessoal daqueles anos dançando como se fazia na época. Com uma música de 2013, feita por dois franceses do Daft Punk...
Música boa não tem idade.
Tags: Daft Punk; Anos 70
domingo, maio 12, 2013
Led Zeppelin - Achilles Last Stand
Só fui me dar conta da força desse música num show no London Pub com o Maurício Ricardo, o Pedro Broginni e outros. E, claro, já havia a escutado muitas vezes nos anos de facul. Coisas boas são assim, eternas, inesperadas, sempre presentes seja qual for a circunstância.
Tags: Led Zeppelin; London Pub; Maurício Ricardo
quinta-feira, maio 09, 2013
Um abraço em Bangladesh
Eu bem que quis escrever algo sobre essa foto, mas não consegui. Preferi colocar o texto da fotógrafa que fez a foto. Tem horas que, se já não sou bom pra falar, também me engasgo pra escrever.
"Eu venho fazendo muitas peguntas a respeito do casal que morreu abraçado após o colapso. Eu tentei desesperadamente, mas ainda não achei nenhuma pista a respeito deles. Eu não sei quem são ou qual a relação eles tinham.
Eu passei o dia inteiro do desabamento no local, assistindo aos trabalhadores serem retirados das ruínas. Eu lembro do olhar aterrorizado dos familiares - eu estava exausta mental e fisicamente. Por volta das 2h, encontrei um casal abraçado nos escombros. A parte inferior dos seus corpos estava enterrada sob o concreto. O sangue que saía dos olhos do homem corria como se fosse uma lágrima. Quando os vi, não pude acreditar. Era como se eu os conhecesse - eles pareciam ser muito próximos a mim. Eu vi quem eles foram em seus últimos momentos, quando, juntos, tentaram salvar um ao outro – salvar suas vidas amadas.
Cada vez que eu olho para essa foto, me sinto desconfortável - ela me assombra. É como se eles estivessem me dizendo, nós não somos um número - não somos apenas trabalho barato e vidas baratas. Nós somos humanos como você. Nossa vida é preciosa como a sua, e nossos sonhos são preciosos também.
Eles são testemunhas nessa história cruel. O número de mortos agora passa de 750 (nesta quinta-feira, 9/5/2013, já chega a quase 1000). Que situação desagradável nós estamos, onde humanos são tratados apenas como números.
Essa foto me assombra todo o tempo. Se as pessoas responsáveis não receberem a punição merecida, nós veremos esse tipo de tragédia de novo. Não haverá consolo para esses sentimentos horríveis. Cercada de corpos, eu senti uma imensa pressão e dor nas duas últimas semanas. Como testemunha dessa crueldade, tenho necessidade de compartilhar essa dor com todos. Por isso eu quero que essa foto seja vista."
Taslima Akhter, fotógrafa e ativista bengalesa, autora da foto
Eu passei o dia inteiro do desabamento no local, assistindo aos trabalhadores serem retirados das ruínas. Eu lembro do olhar aterrorizado dos familiares - eu estava exausta mental e fisicamente. Por volta das 2h, encontrei um casal abraçado nos escombros. A parte inferior dos seus corpos estava enterrada sob o concreto. O sangue que saía dos olhos do homem corria como se fosse uma lágrima. Quando os vi, não pude acreditar. Era como se eu os conhecesse - eles pareciam ser muito próximos a mim. Eu vi quem eles foram em seus últimos momentos, quando, juntos, tentaram salvar um ao outro – salvar suas vidas amadas.
Cada vez que eu olho para essa foto, me sinto desconfortável - ela me assombra. É como se eles estivessem me dizendo, nós não somos um número - não somos apenas trabalho barato e vidas baratas. Nós somos humanos como você. Nossa vida é preciosa como a sua, e nossos sonhos são preciosos também.
Eles são testemunhas nessa história cruel. O número de mortos agora passa de 750 (nesta quinta-feira, 9/5/2013, já chega a quase 1000). Que situação desagradável nós estamos, onde humanos são tratados apenas como números.
Essa foto me assombra todo o tempo. Se as pessoas responsáveis não receberem a punição merecida, nós veremos esse tipo de tragédia de novo. Não haverá consolo para esses sentimentos horríveis. Cercada de corpos, eu senti uma imensa pressão e dor nas duas últimas semanas. Como testemunha dessa crueldade, tenho necessidade de compartilhar essa dor com todos. Por isso eu quero que essa foto seja vista."
Taslima Akhter, fotógrafa e ativista bengalesa, autora da foto
sexta-feira, maio 03, 2013
World Trade Center
Pode chamar de engenharia, pode dizer que é arte. É sempre algo único. E por ser único já é bonito, talvez pela sua efemeridade.
Quem trabalha com o assunto, seja engenharia, seja gerenciamento de projetos vai entender do que falo.
Tags: New York; One World Trade Center
quinta-feira, abril 25, 2013
Todo caminho da gente é resvaloso
Todo caminho da gente é resvaloso.
Mas também, cair não prejudica demais
A gente levanta, a gente sobe, a gente volta!...
O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim:
Esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa,
Sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem.
Ser capaz de ficar alegre e mais alegre no meio da alegria,
E ainda mais alegre no meio da tristeza...
João Guimarães Rosa
Mas também, cair não prejudica demais
A gente levanta, a gente sobe, a gente volta!...
O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim:
Esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa,
Sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem.
Ser capaz de ficar alegre e mais alegre no meio da alegria,
E ainda mais alegre no meio da tristeza...
João Guimarães Rosa
sábado, abril 20, 2013
Meu Pé de Laranja-Lima
Eu ainda não tinha dez anos, mas já tinha lido alguns livros do José Mauro de Vasconcelos. Todos depois de ter me aprofundado nas páginas de “Meu Pé de Laranja-Lima”.
Imaginei que o menino da história podia ser eu e assim, como sempre acontece no ato maravilhoso de ler um livro, entrei fundo na alma do moleque. Tinha temas como ficar sozinho conversando com uma árvore, famílias com problemas, perdas, desistências da vida. Coisas que hoje as mães politicamente corretas talvez não deixassem que seus filhos de nove anos lessem.
Quando eu já tinha dez anos, tive a oportunidade de conhecer o autor, o José Mauro, quando ele veio fazer uma tarde de autógrafos na extinta e saudosa Livraria Kosmos, ali na Afonso Pena. Tenho ainda o livro, com uma dedicatória ao Paulo Duarte, como me apresentei a ele.
Hoje, vendo o trailer desse filme me emocionei ao relembrar minha infância gostosa que passei com meus pais, minhas irmãs, meu irmão e com a lembrança do meu outro irmão que trabalhou na Kosmos e tão pouco convivi.
Infância que passou, vida que passa, tempo que absorvo. Lembranças que nutrem.
Imaginei que o menino da história podia ser eu e assim, como sempre acontece no ato maravilhoso de ler um livro, entrei fundo na alma do moleque. Tinha temas como ficar sozinho conversando com uma árvore, famílias com problemas, perdas, desistências da vida. Coisas que hoje as mães politicamente corretas talvez não deixassem que seus filhos de nove anos lessem.
Quando eu já tinha dez anos, tive a oportunidade de conhecer o autor, o José Mauro, quando ele veio fazer uma tarde de autógrafos na extinta e saudosa Livraria Kosmos, ali na Afonso Pena. Tenho ainda o livro, com uma dedicatória ao Paulo Duarte, como me apresentei a ele.
Hoje, vendo o trailer desse filme me emocionei ao relembrar minha infância gostosa que passei com meus pais, minhas irmãs, meu irmão e com a lembrança do meu outro irmão que trabalhou na Kosmos e tão pouco convivi.
Infância que passou, vida que passa, tempo que absorvo. Lembranças que nutrem.
Tags: José Mauro de Vasconcelos; Marcos Bernstein
quinta-feira, abril 11, 2013
This is Emily
Dizem que o tempo ameniza
Isto é faltar com a verdade
Dor real se fortalece
Como os músculos, com a idade
É um teste no sofrimento
Mas não o debelaria
Se o tempo fosse remédio
Nenhum mal existiria
Emily Dickinson
Isto é faltar com a verdade
Dor real se fortalece
Como os músculos, com a idade
É um teste no sofrimento
Mas não o debelaria
Se o tempo fosse remédio
Nenhum mal existiria
Emily Dickinson
quinta-feira, abril 04, 2013
Hallelujah - Jeff Buckley
Jeff Buckley morreu em 1997 com uma carreira ainda por fazer. Foi nadar num afluente do Mississipi e enquanto um amigo o escutava cantarolando “Whole Lotta Love”, algo aconteceu e seu corpo só foi encontrado uma semana depois, bem longe do local. Quem escutar sua voz estará irremediavelmente ligada a ela. Não dá pra esquecer. Buckley interpretou uma música de Leonard Cohen que acabou virando uma lenda. Um hino.
Se você a escutar numa situação onde a última canção que imaginasse ouvir fosse essa, aí então que essa melodia não desgrudará nunca de você. Já a escutei em uma situação inesquecível. Momento inesquecível. Companhia inesquecível. Vida inesquecível.
quarta-feira, abril 03, 2013
sábado, março 30, 2013
Stevie Ray Vaughan Tin Pan Alley (with Johnny Copeland)
Segundo Eric Clapton, o próprio estaria morto se tivesse tomado o helicóptero que o levaria a um outro local de shows. Alguma coisa aconteceu e Steve Ray Vaughan foi na frente. A viagem que o levou acabou nas montanhas.
Perder Clapton ou Vaughan não deveria ser uma escolha. Há outras ótimas e mais sedutoras pra se fazer. O fato é que esse cara aí se foi muito cedo. Às vezes penso que nós temos perdas demais...
sexta-feira, março 29, 2013
sábado, março 23, 2013
Plena mulher
Plena mulher, maçã carnal, lua quente,
espesso aroma de algas, lodo e luz pisados,
que obscura claridade se abre entre tuas colunas?
que antiga noite o homem toca com seus sentidos?
Ai, amar é uma viagem com água e com estrelas,
com ar opresso e bruscas tempestades de farinha:
amar é um combate de relâmpagos e dois corpos
por um so mel derrotados
Beijo a beijo percorro teu pequeno infinito,
tuas margens, teus rios, teus povoados pequenos,
e o fogo genital transformado em delícia
corre pelos tênues caminhos do sangue
até precipitar-se como um cravo noturno,
até ser e não ser senão na sombra de um raio.
Pablo Neruda
espesso aroma de algas, lodo e luz pisados,
que obscura claridade se abre entre tuas colunas?
que antiga noite o homem toca com seus sentidos?
Ai, amar é uma viagem com água e com estrelas,
com ar opresso e bruscas tempestades de farinha:
amar é um combate de relâmpagos e dois corpos
por um so mel derrotados
Beijo a beijo percorro teu pequeno infinito,
tuas margens, teus rios, teus povoados pequenos,
e o fogo genital transformado em delícia
corre pelos tênues caminhos do sangue
até precipitar-se como um cravo noturno,
até ser e não ser senão na sombra de um raio.
Pablo Neruda
quinta-feira, março 21, 2013
Genesis - Shepperton 1973
Eu sei que muita gente conhece o Genesis como sendo a banda do Phill Collins. Mas não é bem assim. Genesis bom mesmo é com Peter Gabriel e Steve Hackett. Aqui, só uma amostra do que os caras sabiam fazer.
terça-feira, março 19, 2013
quinta-feira, março 14, 2013
sábado, março 09, 2013
quarta-feira, março 06, 2013
sábado, março 02, 2013
quinta-feira, fevereiro 28, 2013
sábado, fevereiro 23, 2013
A luz dos teus olhos
Na noite sem Lua
Num tempo sem céu
A luz dos teus olhos
Brilharam pra mim
Tiraram o véu
E junto com lábios
Da cor de carmim
Guiaram meus pés
E a alma que é sua
Num tempo sem céu
A luz dos teus olhos
Brilharam pra mim
Tiraram o véu
E junto com lábios
Da cor de carmim
Guiaram meus pés
E a alma que é sua
The Kennedy Center Honors 2012
Dustin Hoffman é um ator que talvez muita gente nem conheça direito, mas é um fora da curva. Buddy Guy é o cara que inspirou um monte de caras, como você vai poder ver no vídeo.
Aí, Led Zeppelin não conta. Escuta o que o Jack Black fala dos caras. É exatamente.
Tags: Led Zeppelin; Buddy Guy; Dustin Hoffman
quarta-feira, fevereiro 20, 2013
The Making of Dark Side of the Moon - Documentary
Uma obra prima que ainda será celebrada daqui cem anos.
Tags: Pink Floyd
Tags: Pink Floyd
sábado, fevereiro 16, 2013
Led Zeppelin - Kennedy Center Honors
Os caras são mesmo especiais. Me lembro de uma peça teatral numa pequena cidade aqui perto, com Tostão e Luiz Ângelo onde grande parte da trilha foi do Led. Eu devia ter uns 16. Depois disso, nunca mais consegui passar meus dias sem Led Zeppelin.
Hoje, meu filho venera os caras. Com razão. Esses caras são eternos. Os netos do meu filho irão escutar Whole Lotta Love e irão se perguntar: Por que não vivi naquela época?
sexta-feira, fevereiro 08, 2013
terça-feira, fevereiro 05, 2013
sábado, fevereiro 02, 2013
quinta-feira, janeiro 31, 2013
sexta-feira, janeiro 25, 2013
Longe
Não é a Lua grande num céu sem nuvens
Que mais aperta o coração
Mas é ela que assim denuncia
Esse tempo de solidão
Não é a madrugada que se anuncia
Trazendo a brisa da escuridão
É só a saudade do encontro dos olhos
A alagar essa emoção
Que mais aperta o coração
Mas é ela que assim denuncia
Esse tempo de solidão
Não é a madrugada que se anuncia
Trazendo a brisa da escuridão
É só a saudade do encontro dos olhos
A alagar essa emoção
quinta-feira, janeiro 24, 2013
O filho ingrato
Um conto dos irmãos Grimm
Era uma vez um homem e sua mulher, que estavam sentados à frente de sua casa prontos para começar a comer uma galinha assada. Quando o homem viu seu velho pai se aproximando, rapidamente escondeu a galinha, pois não queria dividi-la com ele. O velho chegou, bebeu água e se foi.
O filho então foi buscar a galinha assada e pô-la na mesa, mas ela havia se transformado em um grande sapo, que saltou para o rosto dele, onde ficou grudado para sempre.
Se alguém tentasse tirar o sapo do rosto do homem acabaria desistindo ante o olhar ameaçador do animal, por isso ninguém tinha coragem de tocá-lo. Ainda por cima, o filho ingrato tinha de alimentar o sapo todos os dias; caso contrário, este comeria parte de seu rosto. E assim o homem passou o resto da vida, indo a um lugar a outro sem sossego.
O filho então foi buscar a galinha assada e pô-la na mesa, mas ela havia se transformado em um grande sapo, que saltou para o rosto dele, onde ficou grudado para sempre.
Se alguém tentasse tirar o sapo do rosto do homem acabaria desistindo ante o olhar ameaçador do animal, por isso ninguém tinha coragem de tocá-lo. Ainda por cima, o filho ingrato tinha de alimentar o sapo todos os dias; caso contrário, este comeria parte de seu rosto. E assim o homem passou o resto da vida, indo a um lugar a outro sem sossego.
quarta-feira, janeiro 23, 2013
Para ser grande
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
Fernando Pessoa como Ricardo Reis
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
Fernando Pessoa como Ricardo Reis
domingo, janeiro 20, 2013
segunda-feira, janeiro 14, 2013
Ao coração que sofre
Ao coração que sofre, separado
Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,
Não basta o afeto simples e sagrado
Com que das desventuras me protejo.
Não me basta saber que sou amado,
Nem só desejo o teu amor: desejo
Ter nos braços teu corpo delicado,
Ter na boca a doçura de teu beijo.
E as justas ambições que me consomem
Não me envergonham: pois maior baixeza
Não há que a terra pelo céu trocar;
E mais eleva o coração de um homem
Ser de homem sempre e, na maior pureza,
Ficar na terra e humanamente amar.
Olavo Bilac
Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,
Não basta o afeto simples e sagrado
Com que das desventuras me protejo.
Não me basta saber que sou amado,
Nem só desejo o teu amor: desejo
Ter nos braços teu corpo delicado,
Ter na boca a doçura de teu beijo.
E as justas ambições que me consomem
Não me envergonham: pois maior baixeza
Não há que a terra pelo céu trocar;
E mais eleva o coração de um homem
Ser de homem sempre e, na maior pureza,
Ficar na terra e humanamente amar.
Olavo Bilac
sábado, janeiro 12, 2013
As boas coisas da vida - Rubem Braga
Uma revista mais ou menos frívola pediu a várias pessoas para dizer as “dez coisas que fazem a vida valer a pena”. Sem pensar demasiado, fez esta pequena lista:
- Esbarrar às vezes com certas comidas da infância, por exemplo: aipim cozido, ainda quente, com melado de cana que vem numa garrafa cuja rolha é um sabugo de milho. O sabugo dará um certo gosto ao melado? Dá: gosto de infância, de tarde na fazenda.
- Tomar um banho excelente num bom hotel, vestir uma roupa confortável e sair pela primeira vez pelas ruas de uma cidade estranha, achando que ali vão acontecer coisas surpreendentes e lindas. E acontecerem.
- Quando você vai andando por um lugar e há um bate-bola, sentir que a bola vem para o seu lado e, de repente, dar um chute perfeito – e ser aplaudido pelos serventes de pedreiro.
- Ler pela primeira vez um poema realmente bom. Ou um pedaço de prosa, daqueles que dão inveja na gente e vontade de reler.
- Aquele momento em que você sente que de um velho amor ficou uma grande amizade – ou que uma grande amizade está virando, de repente, amor.
- Sentir que você deixou de gostar de uma mulher que, afinal, para você, era apenas aflição de espírito e frustração da carne – a mulher que não te deu e não te dá, essa amaldiçoada.
- Viajar, partir…
- Voltar.
- Quando se vive na Europa, voltar para Paris, quando se vive no Brasil, voltar para o Rio
- Pensar que, por pior que estejam as coisas, há sempre uma solução, a morte – o assim chamado descanso eterno.
Rubem Braga
- Esbarrar às vezes com certas comidas da infância, por exemplo: aipim cozido, ainda quente, com melado de cana que vem numa garrafa cuja rolha é um sabugo de milho. O sabugo dará um certo gosto ao melado? Dá: gosto de infância, de tarde na fazenda.
- Tomar um banho excelente num bom hotel, vestir uma roupa confortável e sair pela primeira vez pelas ruas de uma cidade estranha, achando que ali vão acontecer coisas surpreendentes e lindas. E acontecerem.
- Quando você vai andando por um lugar e há um bate-bola, sentir que a bola vem para o seu lado e, de repente, dar um chute perfeito – e ser aplaudido pelos serventes de pedreiro.
- Ler pela primeira vez um poema realmente bom. Ou um pedaço de prosa, daqueles que dão inveja na gente e vontade de reler.
- Aquele momento em que você sente que de um velho amor ficou uma grande amizade – ou que uma grande amizade está virando, de repente, amor.
- Sentir que você deixou de gostar de uma mulher que, afinal, para você, era apenas aflição de espírito e frustração da carne – a mulher que não te deu e não te dá, essa amaldiçoada.
- Viajar, partir…
- Voltar.
- Quando se vive na Europa, voltar para Paris, quando se vive no Brasil, voltar para o Rio
- Pensar que, por pior que estejam as coisas, há sempre uma solução, a morte – o assim chamado descanso eterno.
Rubem Braga
Tags: 100 anos de Rubem Braga; Crônicas
quinta-feira, janeiro 10, 2013
Diversão
Quando eu estava na faculdade sempre me via estudando as matérias que não precisava, pois já tinha passado, e ficando naquelas que eu precisava estudar e não estudava. As que eu já tinha passado eram as divertidas ou que os professores faziam parecer assim.
Quando eu era molecote, cheguei a ter uma “fábrica” de pipas. Eu cuidava do design, das dobraduras, das colagens com grude de polvilho. Era divertido. A parte chata, fazer varetas de bambu, eu deixava para o Keller.
Quando me chamaram pra voltar a atuar em empreendimentos imobiliários, topei na hora. É divertido. Faço com prazer e um sorriso escancarado. Sei fazer e sei o quanto me divirto. Me faz lembrar das pipas que, obviamente, só seriam legais se subissem aos céus da Santos Dumont com Princesa Isabel.
Outro dia postei no Facebook um artigo da Patrícia Melo (na IstoÉ) sobre Entretenimento. Ou seja, Diversão. Agora topei com essa palestra do Rafael Kenski no TED (que é um fórum espetacular sobre coisas atuais e futuras). E é sobre: Diversão.
Olha só: são treze minutos. Nesse tempo, dependendo da hora, seu Facebook vai estar cheio de novos posts. Clarices Lispectors, Caios Abreus, defensores e atacantes do BBB, gente querendo a pele do Lula, etc. Tente ver esse vídeo e pense: O que diverte você?
Quando eu era molecote, cheguei a ter uma “fábrica” de pipas. Eu cuidava do design, das dobraduras, das colagens com grude de polvilho. Era divertido. A parte chata, fazer varetas de bambu, eu deixava para o Keller.
Quando me chamaram pra voltar a atuar em empreendimentos imobiliários, topei na hora. É divertido. Faço com prazer e um sorriso escancarado. Sei fazer e sei o quanto me divirto. Me faz lembrar das pipas que, obviamente, só seriam legais se subissem aos céus da Santos Dumont com Princesa Isabel.
Outro dia postei no Facebook um artigo da Patrícia Melo (na IstoÉ) sobre Entretenimento. Ou seja, Diversão. Agora topei com essa palestra do Rafael Kenski no TED (que é um fórum espetacular sobre coisas atuais e futuras). E é sobre: Diversão.
Olha só: são treze minutos. Nesse tempo, dependendo da hora, seu Facebook vai estar cheio de novos posts. Clarices Lispectors, Caios Abreus, defensores e atacantes do BBB, gente querendo a pele do Lula, etc. Tente ver esse vídeo e pense: O que diverte você?
quarta-feira, janeiro 09, 2013
terça-feira, janeiro 08, 2013
Carne
Que importa se a distância estende entre nós léguas e léguas
Que importa se existe entre nós muitas montanhas?
O mesmo céu nos cobre
E a mesma terra Iiga nossos pés.
No céu e na terra é tua carne que palpita
Em tudo eu sinto o teu olhar se desdobrando
Na carícia violenta do teu beijo.
Que importa a distância e que importa a montanha
Se tu és a extensão da carne
Sempre presente?
Vinícius de Moraes
Que importa se existe entre nós muitas montanhas?
O mesmo céu nos cobre
E a mesma terra Iiga nossos pés.
No céu e na terra é tua carne que palpita
Em tudo eu sinto o teu olhar se desdobrando
Na carícia violenta do teu beijo.
Que importa a distância e que importa a montanha
Se tu és a extensão da carne
Sempre presente?
Vinícius de Moraes
segunda-feira, janeiro 07, 2013
E depois
É dia de te ver, que sorte grande, sim senhor...
É mamão no mel, algodão doce azul
Que bom, acende uma alegria tipo curumim
Por causa do que vibra dentro de você
Você não tem idéia como eu sou feliz
Às cinco eu passo aí para um sorvete
Levo o disco do Bob que você me pediu
E aí... a gente vai passear
E aí... a gente vai namorar
E depois... e depois... e depois...
Tags: Seu Jorge
sábado, janeiro 05, 2013
Desejo
Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga "Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar.
Victor Hugo
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga "Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar.
Victor Hugo
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