sábado, outubro 29, 2011

Sorrow



Tags: Pink Floyd

sexta-feira, outubro 28, 2011

Na estrada

Essa fui buscar no blog do Júnior Degani. Tem que ouvir olhando pra estrada. Numa viagem.



Tags: Beatles


quinta-feira, outubro 27, 2011

I Know It's Over



Tags: Smiths

Forget Her



Tags: Jeff Buckley

terça-feira, outubro 25, 2011

Ai daqueles

Ai daqueles
que se amaram sem nenhuma briga
aqueles que deixaram que a mágoa nova
virasse chaga antiga
ai daqueles que se amaram
sem saber que amar é feito pão em casa
e que a pedra só não voa
porque não quer
não porque não tem asa.


Paulo Leminski

segunda-feira, outubro 24, 2011

Sem amor eu nada seria

No último dia de 2008 publiquei esse post sobre uma música do Legião Urbana. Era último dia de ano e eu estava carregado emocionalmente. Como sempre fico. No post, falo também da Epístola de São Paulo aos Corintios, que é uma peça primorosa que a Bíblia oferece a quem queira ler uma boa literatura e não apenas se fechar em copas.

Nesta sexta-feira, dia 21, ouvi essa prece mais uma vez. A Thais e o Bruno se casavam e o padre a recitou, de uma maneira especial. Fiquei carregado emocionalmente. Como sempre fico. O texto maravilhoso de Paulo, um homem antes de tudo, prático. E talvez, exatamente por essa praticidade, o texto traduz exatamente o que é o amor.

Se você que me lê aqui e agora, se der à paciência de abrir novamente o link do post de 2008, leia a carta de Paulo ouvindo a música de Renato. Talvez você também se carregue emocionalmente. Como sempre fico.


Tags: Bíblia; Legião Urbana; Renato Russo; Camões; Monte Castelo; Amor

Canção do Amor-Perfeito

Eu vi o raio de sol
beijar o outono.
Eu vi na mão dos adeuses
o anel de ouro.

Não quero dizer o dia.
Não posso dizer o dono.
Eu vi bandeiras abertas
sobre o mar largo
e ouvi cantar as sereias.

Longe, num barco,
deixei meus olhos alegres,
trouxe meu sorriso amargo.
Bem no regaço da lua,
já não padeço.

Ai, seja como quiseres,
Amor-Perfeito,
gostaria que ficasses,
mas, se fores, não te esqueço.


Cecília Meireles

domingo, outubro 23, 2011

A Cor da Tua Alma

Enquanto eu te beijo, o seu rumor
nos dá a árvore, que se agita ao sol de ouro
que o sol lhe dá ao fugir, fugaz tesouro
da árvore que é a árvore de meu amor.

Não é fulgor, não é ardor, não é primor
o que me dá de ti o que te adoro,
com a luz que se afasta; é o ouro, o ouro,
é o ouro feito sombra: a tua cor.

A cor de tua alma; pois teus olhos
vão-se tornando nela, e à medida
que o sol troca por seus rubros seus ouros,

e tu te fazes pálida e fundida,
sai o ouro feito tu de teus dois olhos
que me são paz, fé, sol: a minha vida!


Juan Ramón Jiménez

quarta-feira, outubro 19, 2011

At Last - Again

Onde é que esses caras ficam escondidos?




At Last

Aproveitando a dica do Renato Cabral, um vídeo simplesmente emocionante. Se é que você me entende...




Tags: Etta James, Beyonce; R&B; Jazz; Blues; R'n'R

terça-feira, outubro 18, 2011

A Curva dos Teus Olhos

A curva dos teus olhos dá a volta ao meu peito
É uma dança de roda e de doçura.
Berço nocturno e auréola do tempo,
Se já não sei tudo o que vivi

É que os teus olhos não me viram sempre.
Folhas do dia e musgos do orvalho,
Hastes de brisas, sorrisos de perfume,
Asas de luz cobrindo o mundo inteiro,

Barcos de céu e barcos do mar,
Caçadores dos sons e nascentes das cores.
Perfume esparso de um manancial de auroras
Abandonado sobre a palha dos astros,

Como o dia depende da inocência
O mundo inteiro depende dos teus olhos
E todo o meu sangue corre no teu olhar.


Paul Eluard

segunda-feira, outubro 17, 2011

George Martin, Sean Connery, Jim Carrey

Com essa dica do Ugo Degani, complemento com outra maravilha do produtor George Martin.






Tags: Beatles; Jim Carrey; Sean Connery, George Martin




domingo, outubro 16, 2011

Poemeto - IX

nem toda hora
é obra
nem toda obra
é prima
algumas são mães
outras irmãs
algumas
clima


Paulo Leminski

sábado, outubro 15, 2011

Poemeto - VIII

nunca quis ser freguês distinto
pedindo isso e aquilo
vinho tinto
vinho tinto
obrigado
hasta la vista
queria entrar
com os dois pés
no peito dos porteiros
dizendo pro espelho
- cala a boca
e pro relógio
abaixo os ponteiros







Paulo Leminsky

sexta-feira, outubro 14, 2011

Beatles por Tedeschi Trucks



Tags: Beatles; Derek Trucks

Poemeto - VII

Pariso
Novayorquizo 

Moscoviteio
sem sair do bar
só não levanto e vou embora
porque tem países
que eu nem chego a madagascar


Paulo Leminsky

O mais-que-perfeito

Ah, quem me dera ir-me
     Contigo agora
Para um horizonte firme
     (Comum, embora…)
Ah, quem me dera ir-me!
Ah, quem me dera amar-te
     Sem mais ciúmes
De alguém em algum lugar
     Que não presumes…
Ah, quem me dera amar-te!
Ah, quem me dera ver-te
     Sempre a meu lado
Sem precisar dizer-te
     Jamais: cuidado…
Ah, quem me dera ver-te!
Ah, quem me dera ter-te
     Como um lugar
Plantado num chão verde
     Para eu morar-te
Morar-te até morrer-te…


Vinicius de Moraes

Poemeto - VI

uma carta uma brasa através
por dentro do texto
nuvem cheia da minha chuva
cruza o deserto por mim
a montanha caminha
o mar ente os dois
uma sílaba um soluço
um sim um não um ai
sinais dizendo nós
quando não estamos mais


Paulo Leminisky

quinta-feira, outubro 06, 2011

Pense diferente

Poemeto - V

apagar-me
diluir-me
desmanchar-me
até que depois
de mim
de nós
de tudo
não reste mais
que o charme



Paulo Leminsky

Poemeto - IV

Manchete
Chutes de poeta
Não levam perigo à meta


Paulo Leminski

Poemeto - III

O paulo leminski
é um cachorro louco
que deve ser morto
a pau a pedra
a fogo a pique
senão é bem capaz
o filhadaputa
de fazer chover
em nosso piquenique


Paulo Leminski

terça-feira, outubro 04, 2011

Poemeto - II

Vim pelo caminho difícil,
a linha que nunca termina,
a linha bate na pedra,
a palavra quebra uma esquina,
mínima linha vazia,
a linha, uma vida inteira,
palavra, palavra minha.


Paulo Leminsky

O Rio

Sempre pensara em ir
caminho do mar.

Para alguns bichos e rios
nascer já é caminhar.

Eu não sei o que os rios
têm de homem do mar;
sei que sente o mesmo
e exigente chamar.

Eu já nasci descendo
a serra que se diz do Jacarará,
entre caraibeiras
de que só sei por ouvir contar
(pois, também como gente,
não consigo me lembrar
dessas primeiras léguas
de meu caminhar).

Desde tudo que me lembro,
lembro-me bem de que baixava
entre terras de sede
que das margens me vigiavam.

Rio menino, eu temia
aquela grande sede de palha,
grande sede sem fundo
que águas meninas cobiçava.

Por isso é que ao descer
caminho de pedras eu buscava,
que não leito de areia
com suas bocas multiplicadas.

Leito de pedra abaixo
rio menino eu saltava.

Saltei até encontrar
as terras fêmeas da Mata.

João Cabral de Melo Neto


Poemeto - I

É quando a vida vase
É quando como quase.
Ou não, quem sabe.


Paulo Leminsky