sábado, abril 02, 2011

O queijo assassino

Recebi este texto por e-mail e não sei quem é o autor. Mas concordo com seu teor. Muita coisa tem ido para um rumo esquisito. Quando eu era criança e até minha adolescência, comia doce de leite que vinha embrulhado em palha. Ele tinha a parte de fora seca e crocante com o interior macio, úmido e deliciosamente doce. Hoje eles não existem mais. Quer dizer. Por fora, existem. Mas inventaram de colocar um saquinho plástico entre o doce e a palha que a faz perder o sentido. assim, o doce não tem mais a parte externa seca e crocante. Perdeu o sentido para o sem sentido policiamento do politicamente correto da saúde absoluta.

Esse texto aí fala disso. Dessa estupidez que esses politicamente corretos tem trazido para esses nossos tempos. Nos anos 50, nos EUA era o macartismo que policiava quem não era "correto". Agora é essa mentalidade ridícula que diz que um queijo é um assassino.


(Aconteceu em Uberaba)

Na Terça, 22 de Fevereiro de 2011, em Uberaba houve uma “operação de guerra” na qual policiais militares devidamente armados, PROCON estadual e vigilância sanitária derrotaram um bando de queijos. Os facínoras estavam expostos em bancas do comércio, principalmente no Mercado Municipal, ameaçando os clientes pois estavam despidos de uma embalagem à vácuo e pior, sequer portavam sua tabela de informações nutricionais.

A comunidade pode ficar tranquila, os heróis que defendem nossas vidas dos ataques desses queijos de péssima índole venceram, quase uma tonelada foi apreendida e destruída pois era “imprópria para o consumo”.

Que bom que em meio a tantos estupros, arrombamentos, roubos de cargas, tráfico de drogas, sequestros e latrocínios ainda exista gente para nos proteger dos laticínios.

Ora autoridades, tenham um mínimo de bom senso, a fabricação e consumo de queijos é um costume milenar no mundo e multi secular em Minas. O nome diz, queijo mineiro, feito de leite de vaca, usando coalho que por si só já é um agente biológico que o azeda. Essa tradição, mais que centenária, nunca matou ninguém, meu trisavô já vendia queijos “marginais” em Dores do Indaiá e nunca foi tratado como bandido, ou será que devemos nos arrepender por todas as fatias que já engolimos, às vezes com goiabada caseira (também despida).

O queijo mineiro, principalmente da Serra da Canastra é apreciado como uma iguaria, porém se for levado à geladeira altera seu sabor original, como querem esses “soldados” que doam suas vidas, se preciso for, para nos livrar desse “venenoso alimento”.

Parece que o PROCON não sabe, mas costumamos, “até mediante torturas físicas”, deixar os queijos expostos ao ambiente para que eles fiquem curados. O IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária), casa de burocratas, impõe que ele seja embalado à vácuo e que traga na embalagem informações nutricionais. A continuar nesse pique o pão francês será o próximo, imagine um pãozinho embalado individualmente, com uma tabelinha de nutrientes e data de validade para sabermos se ele está quente do forno ou não. Tratam-nos como se fossemos ignorantes e sequer soubéssemos escolher uma fruta, um doce ou um pé de alface, deixem disso, temos mais o que fazer.

Estão extinguindo as chances de sobrevivência do pequeno produtor rural, aquele mesmo que por falta de opção vai ser um João Ninguém na cidade onde seus filhos poderão exercer atividades menos regulamentadas como o tráfico.

O excesso de normas inviabiliza os pequenos negócios em detrimento de grandes laticínios e hipermercados, portanto gera desemprego e tensão social. Fica, para as autoridades, um questionamento do povo:

Se prendem os queijos, porque não prendem os ratos?

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