sexta-feira, julho 31, 2009

Cabelos encaracolados

Eu fazia Engenharia na UFU, mas não ficava apenas nos livros do Piskunov, Demidovich e nem apenas nas derivadas e integrais. Junto com amigos memoráveis, acabei “estudando” também os locais da universidade que acabaram por formar as nossas personalidades. A cantina, a escadaria do Básico, a entrada do bloco C, as estantes na biblioteca de revistas japonesas de design. Fiz muita coisa que poderia ter sido melhor aproveitada, mas queríamos mesmo era ser engenheiros.
Nessa época, me aventurei nas caricaturas e acabei fazendo um autorretrato. Ele é da época que ainda tinha meus cabelos encaracolados e os óculos escuros “anos 50” que meu tio Vinício usou naquela década e que acabou me dando de presente. O Luiz Paulo já me lembrou que eu usava uma bolsa a tiracolo de lona e que não mudei nada, apenas a bolsa é que ficou mais sofisticada.
Talvez ele tenha razão. Muitas coisas mudam, mas outras sempre permanecerão.



O que não foi

Deixe que o tempo role
Por estes caminhos
E levante
A poeira que caiu à noite.

A brisa leve da manhã
Levantará as partículas
De passado,
De antes;
Deixará aos olhos as migalhas
Do que poderia ser o que não foi.


segunda-feira, julho 27, 2009

Faith No More

O Faith No More era uma banda absolutamente inesperada, que de certa forma, encarnava o espírito inesperado de uma banda de rock. Iam os anos 90 e eles vieram ao Brasil e criaram uma legenda por aqui. E gostaram tanto do clima que acabaram gravando músicas com títulos sugestivos, como “Caralho Voador”.
O interessante é que alternavam pauleiras com músicas suingadas como esta aí do vídeo, do mesmo álbum “King for a Day, Fool for a Lifetime” que a aquela ali do membro de asas. Cometeram até a melosa “Easy”, um cover dos Commodores.
E o FNM está aí de volta. Pela febre que a banda gerou por aqui depois de sua participação do Rock in Rio de 1991, eles bem que poderiam dar uma passada. Mas parece que vão ficar apenas no Chile e na Argentina. Então, quem nunca ouviu, aproveitem. E desculpem a versão rasteira que fiz da letra.





Evidence

If you want to open your hole

Just put your head down and go
Step beside the piece of the circumstance
Got to wash away the taste of evidence

Wash it away(evidence)
I didn't feel a thing
It didn't mean a thing
Look in the eye and testify:

I didn't feel a thing
Anything you say, we know you're guilty
Hands above your head,
and you won't even feel me

Prova

Se você quiser abrir seu próprio buraco
É só botar a cabeça pra baixo e se mandar
Não dê a mínima para os indícios
Limpe todas as provas do crime

Limpe todas as provas
Eu não senti nada
Isso não significou nada
Olhe nos olhos e dê seu testemunho

Eu não senti nada
Qualquer coisa que você diga
Nós sabemos da sua culpa
Mãos ao alto
Você não vai mesmo me captar

sábado, julho 25, 2009

Eu te devoro

Djavan



Teus sinais
Me confundem da cabeça aos pés
Mas por dentro eu te devoro
Teu olhar
Não me diz exato quem tu és
Mesmo assim eu te devoro
Te devoraria a qualquer preço
Porque te ignoro ou te conheço
Quando chove ou quando faz frio
Noutro plano
Te devoraria tal Caetano
A Leonardo di Caprio
É um milagre
Tudo o que Deus criou
Pensando em você
Fez a via-láctea
Fez os dinossauros
Sem pensar em nada
Fez a minha vida
E te deu
Sem contar os dias
Que me faz morrer sem saber de ti
Jogado à solidão
Mas se quer saber
Se eu quero outra vida,
Não, não.

Eu quero mesmo é viver
Pra esperar, esperar
Devorar você

quarta-feira, julho 22, 2009

Antes de você

Titãs





Antes, não pensava em você
Agora, tudo é uma lembrança sua
Nunca me preocupei com você
Hoje, já não faço outra coisa

Não saio mais pra passear
Só quero ir aonde você está
O livro não é bom
Não quero ouvir um som
Não acho nada na TV

Não me lembro como eu era antes de você
Não me lembro como eu era antes de você

Não penso em sair pra passear
Só quero ir aonde você está
Com amigos não falo
Não volto ao trabalho
Como pude me esquecer?

Não me lembro como eu era antes de você
Não me lembro como eu era antes de você

Não tenho fome
Não quero beber
Quero saber se você já dorme
Tudo passa, a noite deve passar também

Não me lembro como eu era antes de você
Não me lembro como eu era antes de você
Não me lembro como eu era antes de você
Não me lembro como eu era antes de você
Não me lembro como eu era antes de você
Não me lembro como eu era antes de você



sábado, julho 18, 2009

LP

Eu tenho o privilégio de ter um filho como o Ugo. Poucos o tem. Estávamos ambos, ouvindo coisas do Pink Floyd. Quem pode ter esse privilégio? Ouvir Pink Floyd com o filho? (Na verdade, privilégio mesmo é ter o Ugo como filho...). É claro que eu estava “Comfortably numb” depois de picanhas e Serramaltes...
Mas, aproveitei pra mostrar o vinil que tenho do álbum “The Wall”, coisa rara hoje nos dias de donwloads e torrents e outras ferramentas que nós pais, nem tanto atualizados, conseguimos acompanhar. Os desenhos do álbum, as letras escritas à mão com caneta nanquim, coisa do Roger Waters mesmo... Quem não ficaria maravilhado com aquela arte? Fiquei eu, ficou Júnior, ficou Tostão na época. Ficou Ugo agora.
Os mp3 vieram e acabarão substituídos por outra tecnologia melhor. Mas os long plays sempre ficarão maravilhando os filhos, os olhares novos que nos substituirão.



sexta-feira, julho 17, 2009

Desencanto

Eu faço versos como quem chora
De desalento… de desencanto…
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente…
Tristeza esparsa… remorso vão…
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
- Eu faço versos como quem morre.

Manuel Bandeira

segunda-feira, julho 13, 2009

I got blisters on my fingers!!!

Há um ano vim aqui e postei um vídeo do Led Zeppelin. Na web, na TV, nos jornais e nas revistas falam do dia de hoje, dia do rock’n’roll. Tem canais passando vídeos históricos, outros com histórias das bandas, dos casos e casos que viraram História. Falam dos mortos, dos que se foram, dos que ficaram pra contar a própria história.
Como há um ano, quis postar algo que representasse o dia. E como há um ano, assim como um espírito vindo dos anos 60 e 70, um assovio me soprou nos ouvidos e resolvi colocar esse aí.



domingo, julho 12, 2009

Black Hole Sun

Por sugestão de Lobístico, que sempre sai à frente.


quinta-feira, julho 09, 2009

Ainda

Mar adentro do peito
Luz e a noite que finda
Dias passam, como o vento
Silva pelas árvores ainda

quarta-feira, julho 08, 2009

Sem título

Eras branco
Céu de hoje
Azulaste
No grito
Do afaste

O frio

O
Frio que faz à tarde
Não é o mesmo
Frio que faz de manhã

O
Frio do fim
Não é o fim do começo
Nem mesmo seu frio

O
Frio é o frio
Não é o mesmo
Mas é o frio que faz

Aos olhos

Aviões de carreira cortam o ar
Barulho de avião
Num cheiro total
Total demais aos olhos de gueixa
Produto de meses
De aplicação
De passagem ao real

Num claro céu de outono
De nuvens de algodão
Aviões de carreira
De passagem ao real
Barulho de avião
De aplicação
Num cheiro total
Produto de meses
Total demais
Aos olhos de gueixa

sábado, julho 04, 2009

Iron&Wine

Um sábado à tarde de frente pra tv, um filme sem muitas pretensões e os ouvidos captam um som gostoso e macio. Um folk. Daqueles limpos, próprios mesmo para um sábado à tarde. Iron&Wine é o nome artístico que Sam Beam se apresenta. O som deste norte americano faz lembrar Simon&Garfunkel, um pouco de Neil Young e os mais recentes noruegueses Kings of Convenience.
Talvez agora já não seja sábado à tarde, mas vale a audição.





quinta-feira, julho 02, 2009

Fogo

Fogo é o que liga o Sol
Fogo é o que brilha o céu
Dia que vem, noite que passa
Dia sem luz, noite sem fogo
Se não seduz, não tem graça



Fogo

Capital Inicial

Você é tão acostumada
A sempre ter razão
Você é tão articulada
Quando fala não pede atenção
O poder de te dominar é tentador
Eu já não sinto nada
Sou todo torpor

É tão certo quanto o calor do fogo
É tão certo quanto o calor do fogo
Eu já não tenho escolha
Participo do seu jogo
Eu participo

Não consigo dizer se é bom ou mau
Assim como o ar me parece vital
Onde quer que eu vá
O que quer que eu faça
Sem você, não tem graça

Você sempre surpreende
E eu tento entender
Você nunca se arrepende
Você gosta e sente até prazer
Mas se você me perguntar
Eu digo sim
Eu continuo
Porque a chuva não cai
Só sobre mim
Vejo os outros
Todos estão tentando

E é tão certo quanto o calor do fogo
Eu já não tenho escolha
Participo do seu jogo
Eu participo

Não consigo dizer se é bom ou mau
Assim como o ar me parece vital
Onde quer que eu vá
O que quer que eu faça
Sem você, não tem graça

É tão certo quanto o calor do fogo
É tão certo quanto o calor do fogo
Eu já não tenho escolha
Participo do seu jogo
Eu participo do seu jogo