Chego à beira do rio
E olho para aquele espelho de água.
Estou bem na minha frente
Me delatando
Me denunciando
Me cobrando.
Às vezes eu me olho turvamente,
Ondulantemente
Tranqüilamente
Bem na mente.
Sinto-me olhando-me no fundo,
No meu fundo, do fundo do rio.
Não sei por que, mas rio,
E acho graça
Sentindo-me olhado por mim.
Aí então,
Com a minha mão,
Toco a água,
Quebro o espelho
E lavo meu rosto.
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