Eu e o Luiz Eduardo nos divertíamos quando saíamos juntos e achavam que éramos irmãos. Era o mesmo biótipo. Magrelos, queixudos, cabeludos e com cara de distraídos. Tenho certeza que ele era muito mais distraído que eu. Estudei muitas noites na casa dele e tenho vários casos que merecem ser mostrados aqui um dia.
Na época de faculdade eu escrevia muito. Uma quantidade imensa de textos foi perdida, pois escrevia em cadernos alheios, guardanapos, papéis esparsos e sem donos. O Luiz Eduardo Porto, que veio de uma família culta, tocava flauta transversa e violão. E bem. Enquanto o Haddad fazia a parte rítmica, Luiz “solava”. Ou então, estava na flauta dando base para a voz linda do Haddad.
Um dia apresentei alguns escritos e resolvemos compor. Eu não entendia nada de música, mas sempre tive ritmo e preferi que o Luiz fizesse a melodia para que eu colocasse a letra em cima. Não queria que ele apenas musicasse algum poema meu. Foi uma noite deliciosa de criação. Ele foi tocando e eu rabiscando versos. Trocávamos idéias e reformávamos letra e melodia. Naquela noite pude sonhar e entender a maravilha que é essa capacidade de criar que meus ídolos fizeram tão bem. Tivemos outras oportunidades e algumas pequenas peças musicais acabaram sendo criadas, mas a maioria se perdeu no tempo e na memória.
Outro dia mexendo em papéis velhos me deparei com este pedaço. Depois de tantos rabiscos, estas quatorze linhas traduzem a letra final da música, que nem demos título. A melodia ficou gravada numa fita cassete que torço para eu achar um dia na bagunça organizada onde escrevo agora.
Luiz Eduardo foi para os EUA e há anos não o vejo. Não sei se ainda nos parecemos fisicamente, mas tenho certeza que ainda guardamos algo em comum.
Quando você partir das Minas Gerais
Leve no coração uma brisa leve
Leve no coração uma cantiga breve
Pra você cantar nas ruas e nos quintais
Quando o trem de ferro que não existe mais
Te levar pelos trilhos afora
Ouvirá ao longe um berro
Deixará pra trás os brilhos
Dos metais, dos minerais
Sepultados nos fundos da memória
Quando você partir das Minas Gerais
Leve no coração uma brisa leve
Leve no coração uma cantiga breve
Pra você sonhar nas noites de lua
Na época de faculdade eu escrevia muito. Uma quantidade imensa de textos foi perdida, pois escrevia em cadernos alheios, guardanapos, papéis esparsos e sem donos. O Luiz Eduardo Porto, que veio de uma família culta, tocava flauta transversa e violão. E bem. Enquanto o Haddad fazia a parte rítmica, Luiz “solava”. Ou então, estava na flauta dando base para a voz linda do Haddad.
Um dia apresentei alguns escritos e resolvemos compor. Eu não entendia nada de música, mas sempre tive ritmo e preferi que o Luiz fizesse a melodia para que eu colocasse a letra em cima. Não queria que ele apenas musicasse algum poema meu. Foi uma noite deliciosa de criação. Ele foi tocando e eu rabiscando versos. Trocávamos idéias e reformávamos letra e melodia. Naquela noite pude sonhar e entender a maravilha que é essa capacidade de criar que meus ídolos fizeram tão bem. Tivemos outras oportunidades e algumas pequenas peças musicais acabaram sendo criadas, mas a maioria se perdeu no tempo e na memória.
Outro dia mexendo em papéis velhos me deparei com este pedaço. Depois de tantos rabiscos, estas quatorze linhas traduzem a letra final da música, que nem demos título. A melodia ficou gravada numa fita cassete que torço para eu achar um dia na bagunça organizada onde escrevo agora.
Luiz Eduardo foi para os EUA e há anos não o vejo. Não sei se ainda nos parecemos fisicamente, mas tenho certeza que ainda guardamos algo em comum.
Quando você partir das Minas Gerais
Leve no coração uma brisa leve
Leve no coração uma cantiga breve
Pra você cantar nas ruas e nos quintais
Quando o trem de ferro que não existe mais
Te levar pelos trilhos afora
Ouvirá ao longe um berro
Deixará pra trás os brilhos
Dos metais, dos minerais
Sepultados nos fundos da memória
Quando você partir das Minas Gerais
Leve no coração uma brisa leve
Leve no coração uma cantiga breve
Pra você sonhar nas noites de lua