Se é que é amor
Não há que ter pudor.
Há que se olhar nos olhos
Com a alma limpa e nua,
Tocar os cabelos, a Lua,
Sentir o gosto da estrela louca
No vermelho do céu da boca.
Se é que é amor
Não há que ter temor.
Há que se viver o dia
Como se último dia fosse.
E se vier o fim,
Fim e fim, acabou-se.
Mas se é que é amor
Não há que se tirar nem pôr.
Há que ser assim
Do começo ao fim.
Enorme penhasco
Visto de baixo,
Suave paisagem
Vista do alto.
E daí, por um salto
Sentir o céu, o vento
A fazer do corpo um véu
Até que venha o chão
Duro, firme, real,
Como dor de coração.
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