Às vezes não nos damos conta de que nada será como antes. Em todos os sentidos. O jeito como levamos a vida muda todo dia e nem percebemos. Ou percebemos, mas pelo susto da constatação ou pela ilusão de que é algo momentâneo, fugimos da realidade. Em todos os sentidos.
Às vezes não nos damos conta, mas se você está lendo isso, você está conectado à internet. Tem feito tanto isso que nem percebe mais. Usa programas, baixa músicas, lê notícias. Visita amigos, joga CS, faz trabalhos da faculdade. Expõe seu CV, lê e-mails, reencontra pessoas. Os hábitos vão mudando e você nem percebe. E é assim mesmo. No final do século IXX o empresário americano Thomas Edison viabilizou algo que mudou radicalmente os hábitos da sociedade da época. A eletricidade entrou nas casas e nas empresas e revolucionou o modo de vida. Mudou a cultura. Há alguns anos a internet vem fazendo isso também agora. Tem gente que ainda não percebeu. Ou percebeu, mas pelo susto da constatação ou pela ilusão de que é algo momentâneo, foge da realidade. Nada será como antes.
E tem pessoas que prevêem muito mais mudanças aí. Um especialista em tecnologia e ex-editor da revista Harvard Business Review chamado Nicholas Carr lançou um livro nos Estados Unidos (The Big Switch: Rewiring the World, from Edison to Google) em que dá sua visão do novo mundo da tecnologia. Ele defende a idéia de que cada vez mais a internet vai se parecer com a eletricidade no final do século IXX. Assim como a eletricidade, vamos nos conectar a uma rede de informações e pagaremos de acordo com o consumo. A idéia dele é que se precisarmos de um programa ou qualquer recurso de tecnologia, usaremos e pronto. Para que estocar? O uso racional dos recursos, tão avançado nos processos produtivos das empresas de ponta e rentáveis chegará aos apetrechos de tecnologia. Tudo o que acontece no nosso computador, desde o processamento ao armazenamento poderia ser feito na internet. O PC passaria a ser apenas o meio de acesso.
Nas empresas o impacto seria monstruoso. Muda toda a forma de agir, de gerir. Já existe um site que fornece serviços de CRM (Customer Relationship Management ou Gestão de Relacionamento com Clientes), com programa totalmente embutido na internet. “Jogando no lixo” os servidores dos clientes, a Salesforce.com faturou 500 milhões de dólares em 2007, com 38 000 clientes.
Às vezes não nos damos conta, mas nada será como antes.
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